quarta-feira, 20 de julho de 2011

Equilibrando a vida pessoal e profissional

"Nunca guarde nada à espera de uma ocasião especial, cada dia que vivemos é uma ocasião especial.

Marcio Kühne


EM 11 de janeiro de 2007, o premiado aventureiro Andrew McAuley (foto) se despediu emocionado da mulher, Vicki, e do filho pequeno, partindo para uma viagem épica. A meta: remar 1.600 km pelo Mar da Tasmânia, sozinho num caiaque marítimo, da Austrália até a Nova Zelândia. A brisa sopra do oeste. Uma lasca da luz do sol é filtrada pelas nuvens. Uma vida de aventuras levou a isso, ao supremo desafio para esse homem de 39 anos. Duas câmeras de vídeo em estojos à prova d’água, montadas no convés, registram a viagem. Ele enfia no colete salva-vidas na sacolinha impermeável com o controle remoto das câmeras. Aperta a tecla gravar, respira fundo, se vira e acena. "Até a vista, linda." A voz trai a emoção quando ele lança o último olhar saudoso para a mulher e o filhinho, que acenam da margem em despedida. Enfia o remo na água, num movimento amplo para virar a proa, manobrando com dificuldade a embarcação muito carregada, e sai sob um coro de gritos de alegria da pequena multidão. Vencido pela emoção, Andrew chora incontrolavelmente. A água se lança do remo a cada impulso trabalhoso. Ele se vira e acena de volta para a margem, chorando mais alto com o som de "Até a vista, papai, amo você!" a sumir na distância.
"Meu Deus", diz Andrew para a câmera, "permita que eu termine inteiro." Ele se vira para acenar outra vez. Outra torrente de lágrimas o inunda. A voz fica fraca, quase assustada... "Estou mesmo com medo de nunca mais ver a minha mulher e o meu garotinho. Estou muito assustado... muito assustado. Tenho um filho que precisa de pai... uma mulher que precisa de marido, e fico me perguntando o que estou fazendo aqui. E não sei a resposta." Lá atrás, a terra firme recua. Nuvens cinzentas de mau agouro cobrem o céu. Lamentavelmente Andrew jamais concluiu sua viagem e seu corpo nunca foi encontrado.


Às vezes é preciso se perguntar se não estamos excedendo o nosso limite. Sim, navegar é preciso, mas responder pela nossa missão em terra é imprescindível.

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